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Ela tinha o coração de um idoso em um corpo de menina que não sabia sentir. Pulava corda e segurava para o coração não ir junto. Na ciranda colocava a mão no peito, pois tinha medo do coração descompassar, rodar no tumulto, pertencer a outro alguém. Perdia o fôlego por não saber brincar.
Ela tinha o coração do mendigo pedindo esmola e da senhora que dá comida aos pombos. Ela tinha o coração do solitário e daquele que é cheio de amor. Vermelho, azul e verde. Costas, braços e pernas. Seu coração pintava e batia em todos os lugares, de porta em porta como quem não sabe o que fazer com o que lhe foi dado porque já veio repartido antes mesmo de ser.
Jessica F.

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