O Poema da foda
Neste Brasil imenso
Quando chega o verão,
Não há um ser humano
Que não fique com tesão.
Uma terra danada,
Um paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo é fodido.
Fodem velhos, fodem velhas,
Fode cão, fodem cadelas.
E pra ficar com cabaço,
Fodem o c* das donzelas.
Fodem moscas e mosquitos,
Fode aranha e escorpião,
Fodem pulgas e carrapatos,
Fodem empregadas com patrão
Os brancos fodem os negros
Com grande consentimento,
Os noivos fodem as noivas
Muito antes do casamento.
General fode Tenente,
Coronel fode Capitão.
E o Presidente da República
Vive fudendo toda a nação.
Os freis fodem as freiras,
O padre fode o sacristão,
Até na igreja de crente
O Pastor fode o irmão.
Todos fodem neste mundo
Num capricho derradeiro.
E o danado do Dentista
Fode a mulher do Padeiro.
Parece que a natureza
Vem a todos nos dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para fuder.
E você, meu nobre amigo(a)
Que agora esta a se entreter,
Se não gostou da poesia
Levante e vá se fuder!!!
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Ela tinha o coração do mendigo pedindo esmola e da senhora que dá comida aos pombos. Ela tinha o coração do solitário e daquele que é cheio de amor. Vermelho, azul e verde. Costas, braços e pernas. Seu coração pintava e batia em todos os lugares, de porta em porta como quem não sabe o que fazer com o que lhe foi dado porque já veio repartido antes mesmo de ser.
Jessica F.
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